Sistema de energias renováveis pode poupar 1,6 biliões de euros à UE até 2050
Um sistema energético baseado em fontes renováveis pouparia à União Europeia (UE) 1,637 milhões milhões de euros até 2050, em comparação com um sistema de transição lenta, o que equivaleria a 9% do Produto Interno Bruto (PIB) da UE.
Um relatório divulgado esta segunda-feira pela associação eólica WindEurope e pela empresa Hitachi Energy conclui que um sistema energético baseado em fontes renováveis pouparia à União Europeia (UE) 1,637 milhões milhões (biliões) de euros até 2050, o que equivaleria a 9% do Produto Interno Bruto (PIB) da UE, ou à despesa conjunta em saúde do bloco comunitário.
Esta conclusão compara um cenário de eletrificação e expansão maciça da energia eólica e solar, com um modelo de transição lenta, com dependência prolongada dos combustíveis fósseis.
O relatório adianta ainda que em 2035, o cenário renovável pouparia “331 mil milhões de euros em comparação com o cenário de transição lenta”.
A implantação de redes e energias renováveis, contabilizando os investimentos necessários, também é economicamente mais favorável do que alternativas com maior peso da energia nuclear, do hidrogénio ou da captura de Dióxido de Carbono (CO2), de acordo com o estudo.
“O sistema energético baseado em energias renováveis implica um grande aumento da proporção de eletricidade na matriz energética. E essa eletrificação requer investimentos importantes, especialmente na indústria pesada. Isto foi tido em conta no estudo. Mesmo contemplando o investimento necessário na eletrificação, o cenário baseado em energias renováveis continua a ser o mais económico no seu conjunto”, destacam os autores do relatório.
O sistema com mais energia nuclear, captura e hidrogénio encareceria a fatura energética entre 487 mil milhões e 860 mil milhões de euros de euros até meados do século, quando a UE se comprometeu a alcançar a neutralidade climática, ou seja, a emitir apenas o CO2 que for capaz de reabsorver.
O cenário mais agressivo em termos de energias renováveis permitiria, além disso, reduzir a dependência da UE das suas importações energéticas dos 71% previstos para 2030 para 22% em 2050, segundo a WindEurope e a Hitachi Energy.
“Em contrapartida, no cenário de transição lenta, a dependência continua a ser de 78% em 2030 e de 54% em 2050”, afirmam os autores, acrescentando que o sistema baseado em energias renováveis também teria efeitos positivos no mercado de trabalho.
A indústria eólica europeia emprega hoje 440 mil pessoas e empregará 600 mil em 2030, de acordo com os cálculos do setor.
“Esta transição está em curso. Ao olhar para 2050, convém recordar como era o nosso sistema energético há 25 anos. Em 2000, a quota combinada da energia eólica e solar na eletricidade europeia era de 0,8%. Hoje é de 30%. E as emissões europeias foram reduzidas em quase um terço em relação a 2000, enquanto a economia cresceu 45%. Continuemos a construir sobre este sucesso”, resume a Wind Europe.