Vem aí um bom fim de semana para visitar a Serra da Estrela

Embora não esteja prevista queda de neve, há acumulação a cotas mais altas, não vai chover e o vento vai estar normal para a montanha. 
 
Ana Ribeiro Rodrigues
Ana Ribeiro Rodrigues Editora-executiva
04 dez. 2025, 13:50

Planalto Superior da Serra da Estrela coberto de neve
Fotografia: Vão estar dias favoráveis para visitar a montanha

A Estância de Esqui da Serra da Estrela só deverá abrir no dia 12 de dezembro, se as condições meteorológicas o permitirem, informou ao Conta Lá a Turistrela, mas no próximo fim de semana, apesar do tempo nublado, vão estar dias favoráveis para visitar a montanha e ter acumulação de neve nas cotas mais altas. 

A neve que caiu na Serra da Estrela no início da semana levou centenas de visitantes ao ponto mais alto de Portugal Continental, no primeiro nevão do ano.

Se esta quinta-feira se registam aguaceiros e rajadas de vento muito fortes, na ordem dos 60 a 70 quilómetros por hora, e na sexta-feira a precipitação será mais regular, sábado e domingo não chove. 

Alfredo Calado, covilhanense que há quase duas décadas mantém a página de meteorologia Meteoestrela, um passatempo que se tornou uma referência para milhares de pessoas, informa que no fim de semana os dias vão estar nublados, mas o vento, que causa uma sensação térmica muito desconfortável, vai estar normal e os raios de sol poderão surgir na tarde de domingo. 

Depois do nevão dos últimos dois dias, é expectável que exista acumulação de neve “acima da Santa”, na estrada entre os Piornos e a Torre. 

“É um fim de semana em que as pessoas podem visitar e ter contato com a neve na serra, sem problema nenhum”, transmite o meterorologista amador certificado pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera, segundo o qual “é previsível que acima dos 1700, 1800 metros ainda exista neve durante o fim de semana”.

Segundo Alfredo Calado, de 44 anos, em declarações ao Conta Lá, no sábado e domingo, “na generalidade, a nível de condições meteorológicas, vão ser dias calmos, porque basta não haver precipitação para eliminar a variável neve, que não vai cair no fim de semana”. 

“As condições não são as ideais, porque não temos aquele dia de sol, com muita neve, mas são condições bastante interessantes para se visitar a serra”, acrescenta o agora técnico de proteção civil. 

Conhecedor da montanha mais alta de Portugal continental, o covilhanense percebe que os visitantes queiram ir à Torre e comprar um queijo, mas sublinha que, muitas vezes, nem sequer conseguem sair do carro, devido às fortes rajadas de vento, e realça que, em sua opinião, “a serra começa onde acaba o alcatrão”.

Além dos trilhos, dos passeios de bicicleta, das caminhadas em raquetes de neve, do contacto com os desportos de gelo na Ice Arena nas Penhas da Saúde, do Covão D´Ametade, do Vale do Rossim, das Penhas Douradas, da gastronomia, há muitas alternativas à concentração de turistas no topo da montanha. 

Alfredo Calado alerta, no entanto, que quem se desloca à Serra da Estrela deve adotar certos cuidados, como quem faz quem vai à praia, que leva a roupa e os acessórios adequados. 

O meteorologista amador, licenciado em Proteção Civil, recomenda que as pessoas vistam várias camadas de roupa, e não apenas um casaco quente por cima de uma camisola. 

Circular com os pneus em bom estado, vir com o depósito cheio, uma vez que na serra não há onde abastecer, e estar atento às diretrizes das autoridades, já que o tempo na montanha é dinâmico e, por vezes, muda rapidamente, são outros alertas do covilhanense que começou em adolescente com uma estação meteorológica na varanda de casa dos pais, para saber quando era provável nevar e não ter aulas, e agora tem vários instrumentos de medição e câmaras espalhadas por vários pontos da Serra da Estrela. 

Uma das questões fundamentais, para poder desfrutar da montanha, é adequar a roupa e o equipamento ao sítio para onde se vai, que tem caraterísticas especiais e uma neve atlântica, com maior humidade, peso e densidade, o que torna mais difícil a remoção e facilita a criação de camadas de gelo. 

“Assim como nós, quando vamos para a praia, vamos munidos de calções e de roupa adequada, aqui é o inverso, temos de vir bem protegidos para o frio”, reforça Alfredo Calado.