Estudo revela que 200 pessoas têm a "doença dos pezinhos" em Aveiro

Estudo estima que mais de duas mil pessoas tenham a 'doença dos pezinhos' em Portugal. No distrito de Aveiro há um crescimento do número de casos.
Agência Lusa
Agência Lusa

Pés de bebé, vistos de baixo, focado no pé direito da criança.
Fotografia: O estudo procura caracterizar a distribuição da mutação genética em Portugal.

A paramiloidose, conhecida como “Doença dos Pezinhos”, afeta cerca de 200 pessoas no distrito de Aveiro, portadoras da mutação genética responsável, segundo o estudo “CARDINAL”, revelou hoje fonte associativa.

O estudo procura caracterizar a distribuição da paramiloidose, uma condição genética considerada rara e progressiva, que causa o depósito de proteínas anormais em órgãos vitais como nervos, coração e rins.

Estima-se que mais de duas mil pessoas em Portugal tenham a mutação genética e destas 35% ainda não apresentem sintomas.

Os dados foram divulgados no âmbito da campanha nacional “Pé Ante Pé”, que visa “aumentar a consciencialização e promover a deteção precoce” da doença.

A campanha é promovida pela Associação Portuguesa de Paramiloidose (APP), a Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) e a Sociedade Portuguesa de Estudo das Doenças Neuromusculares (SPEDNM), com o apoio de uma farmacêutica.

Pretende ainda reforçar o papel das famílias no acompanhamento da patologia, especialmente nas regiões mais afetadas.

Embora a maioria dos casos se concentre no Norte, o estudo mostra que a doença tem vindo a ganhar expressão em distritos como Aveiro.

“É essencial que regiões como Aveiro reforcem o diagnóstico e o acompanhamento familiar porque cada caso identificado é uma oportunidade para agir mais cedo”, alerta Carlos Figueiras, presidente da Associação Portuguesa de Paramiloidose.

Os “sintomas iniciais podem surgir entre os 25 e os 40 anos e Incluem formigueiro, fraqueza muscular e perda de sensibilidade nos pés e nas mãos, podendo, com o tempo, surgir problemas digestivos, tonturas e perda de peso.

“Sendo uma doença hereditária, existe 50% de probabilidade de transmissão aos filhos quando um dos progenitores tem a mutação”, alerta a campanha, concluindo que “a avaliação do risco familiar e o acompanhamento dos portadores do gene são passos cruciais para proteger a saúde das gerações futuras”.