Autarcas de Coimbra defendem criação de uma Região Metropolitana

Os presidentes das Câmaras Municipais de Coimbra, Soure e Condeixa-a-Nova mostram-se favoráveis à criação de uma Região Metropolitana de Coimbra, solução apontada para um novo plano de desenvolvimento global da região. Os transportes são já o primeiro passo dessa estratégia.
Manuel Portugal
Manuel Portugal Jornalista
03 dez. 2025, 06:01

Transportes urbanos no centro de Coimbra
Fotografia: Autarcas de Coimbra favoráveis a criação de Região Metropolitana (João Miguel Silva)

A ideia já tinha sido avançada pela autarca de Coimbra na sua tomada de posse. “Coimbra quer liderar um esforço conjunto pela Região Metropolitana”, afirmou Ana Abrunhosa no seu discurso, acrescentando que “há recursos importantes disponíveis, mas só unidos seremos capazes de os aproveitar bem. A ideia é trabalhar em cooperação, garantindo que todos os municípios tenham serviços públicos de qualidade e que o desenvolvimento chegue a todo o território”. E deu exemplos de medidas concretas que vão servir a região como um todo: “A nova Maternidade, o Palácio da Justiça, a Alta Velocidade com paragem em Soure e Coimbra B, as ligações rodoviárias em falta e a expansão do Metrobus até Condeixa, Cantanhede e Mealhada”.

Também em Soure, Rui Fernandes defende que o desenvolvimento do concelho só é possível através de uma estratégia coletiva. O arquiteto e novo presidente da autarquia afirma-se como um dos mais activos defensores da criação de uma Região Metropolitana.

“Eu quero ser uma voz em defesa dessa agenda, vou-me bater por isso, quero lutar por essa escala maior, para que seja possível ter na mesa um pacto com as coisas que, de facto, farão a nossa construção regional. Soure depende enormemente dessa escala”, diz-nos o autarca.

Em entrevista ao Conta Lá, também Liliana Pimentel, presidente da Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova, admite que, em diversos aspetos, como as necessidades de se melhorar a mobilidade e os transportes entre os concelhos da região, podem justificar essa medida: “Sim, esse é um dos problemas que seria mais fácil de resolver no quadro de uma Região Metropolitana”, afirma a autarca.

Os transportes podem, aliás, ter já sido o primeiro passo para esta nova estratégia coletiva, tendo em conta o anúncio feito pela CIM-Coimbra, já antes das últimas eleições autárquicas, depois de ter aprovado um novo Sistema Intermunicipal de Transportes de Coimbra (SIT). Uma medida que vai abranger os 19 municípios da região a partir do próximo verão.

O novo sistema contará com uma frota de 240 autocarros e 211 linhas, estando também previsto que, a partir de 2026, passe a integrar o Metrobus e os autocarros dos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC), permitindo o uso dos vários serviços recorrendo-se a um bilhete único.