Investigador ganha prémio para mapear o Atlântico a partir do Algarve
Investigador do Centro de Ciência do Mar do Algarve vai liderar um projeto para estudar as profundezas do oceano e avaliar as zonas sensíveis à mineração industrial.
06 nov. 2025, 10:36
Fotografia: Caio Ribeiro, de 36 anos, experiência em investigação nas áreas da poluição marinha e da ecotoxicologia
O investigador Caio Ribeiro, de 36 anos, do Centro de Ciência do Mar (CCMAR), da Universidade do Algarve, em Faro, recebeu um prémio de 15 mil euros para estudar as profundezas do Oceano Atlaântico e criar mapas que traduzam as zonas sensíveis à mineração industrial. A distinção, designada "Atlantic Security Award", foi atribuída pela Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), pelo Centro do Atlântico e pelo Instituto da Defesa Nacional e inclui uma verba de 15 mil euros para um projeto de oito meses.
O cientista brasileiro, a viver e a trabalhar no Algarve desde o ano passado, e com experiência em poluição marinha e ecotoxicologia, explica ao Conta Lá que o objetivo é "entender o que já se sabe sobre a parte geológica e geoquímica do oceano, perceber quais são as áreas que eventualmente poderão ser exploradas, quais os riscos associados e descodificar as zonas que devem ser protegidas”.
Este ano, Portugal tornou-se pioneiro ao proibir a extração de minerais no fundo do mar até 2050, uma medida que o investigador considera essencial pois permite “25 anos de estudos para conhecer melhor as nossas águas e compreender mais sobre as suas características de forma a tomar decisões políticas fundamentadas". Além disso, explica, "poderão ser descobertas outras potencialidades para materiais do futuro, como medicamentos”.
O impacto da mineração industrial dos oceanos tem sido cada vez mais debatido, com os investigadores a alertarem para uma série de riscos, como a propagação de plumas, um manto de partículas que podem dispersar elementos extremamente tóxicos. Caio Ribeiro aponta o perigo dos metais que “são muito diversos e, em conjunto, podem causar efeitos sinérgicos e levar à bioacumulação de metais nos tecidos dos animais, que podem vir contaminar outros animais e gerar um problema de saúde pública”.
O estudo propõe traçar políticas orientadoras para a exploração mineira, se for confirmada uma realização segura, além de especificar como deve ser trabalhada de forma a não afetar a biodiversidade existente.
Segundo os dados mais recentes publicados este ano pela Carta Batimétrica Geral dos Oceanos (General Bathymetric Chart of the Ocean - GEBCO), as profundezas dos oceanos continuam a reunir grandes mistérios para a ciência.
O cientista brasileiro, a viver e a trabalhar no Algarve desde o ano passado, e com experiência em poluição marinha e ecotoxicologia, explica ao Conta Lá que o objetivo é "entender o que já se sabe sobre a parte geológica e geoquímica do oceano, perceber quais são as áreas que eventualmente poderão ser exploradas, quais os riscos associados e descodificar as zonas que devem ser protegidas”.
Este ano, Portugal tornou-se pioneiro ao proibir a extração de minerais no fundo do mar até 2050, uma medida que o investigador considera essencial pois permite “25 anos de estudos para conhecer melhor as nossas águas e compreender mais sobre as suas características de forma a tomar decisões políticas fundamentadas". Além disso, explica, "poderão ser descobertas outras potencialidades para materiais do futuro, como medicamentos”.
O impacto da mineração industrial dos oceanos tem sido cada vez mais debatido, com os investigadores a alertarem para uma série de riscos, como a propagação de plumas, um manto de partículas que podem dispersar elementos extremamente tóxicos. Caio Ribeiro aponta o perigo dos metais que “são muito diversos e, em conjunto, podem causar efeitos sinérgicos e levar à bioacumulação de metais nos tecidos dos animais, que podem vir contaminar outros animais e gerar um problema de saúde pública”.
O estudo propõe traçar políticas orientadoras para a exploração mineira, se for confirmada uma realização segura, além de especificar como deve ser trabalhada de forma a não afetar a biodiversidade existente.
Segundo os dados mais recentes publicados este ano pela Carta Batimétrica Geral dos Oceanos (General Bathymetric Chart of the Ocean - GEBCO), as profundezas dos oceanos continuam a reunir grandes mistérios para a ciência.