Entrar em 2026 com o pé fora do país: portugueses escolhem viajar no Réveillon

Em época festiva, os portugueses preparam já a passagem de ano, com a procura por viagens a disparar. Apesar do aumento generalizado dos preços, este promete ser um dos réveillons mais fortes de sempre para o setor turístico.
Agência Lusa
Agência Lusa
08 dez. 2025, 14:46

Imagem aérea de fogo de artifício na passagem de ano na Madeira
Fotografia: A Madeira é um dos principais destinos de eleição dos portugueses para a passagem de ano. Foto: Visit Madeira

Entre as principais escolhas dos portugueses para a passagem do ano está a Madeira, que lidera no pódio dos operadores de viagens.

Já a ocupação hoteleira deverá, a par das viagens, crescer em toda a região, com taxas de ocupação de 88% no Ano Novo, segundo avança o secretário regional do Turismo, Eduardo Jesus.

Com um investimento de 4,6 milhões de euros nesta época festiva de Natal e Ano Novo, o tradicional espetáculo pirotécnico, com duração de oito minutos, é um chamativo de milhares de turistas até ao Funchal.

Mas se a Madeira é um dos destinos de eleição, também o Brasil está na lista de preferências dos portugueses.

“Este período para o fim de ano é sempre normal termos ‘muito apetite’ para a Madeira. As vendas estão superiores face ao ano passado para a Madeira e Brasil. A Madeira e o seu fogo-de-artifício são muito procurados. E para o Brasil os ‘charters’ [voos fretados] dos operadores estão com uma boa ocupação, com boas vendas,  há pacotes à medida feitos para essa altura”, admite o diretor de Operações da Bestravel, Ricardo Teles, à agência Lusa.

Também Marrocos, pela “proximidade e por todo o trabalho que tem sido feito ao longo do ano, tem muita procura para o fim de ano, principalmente Marraquexe”, acrescenta o responsável.

As opções de destino dos portugueses são confirmadas também pela responsável de operações da Solférias, Sónia Regateiro, e pelo presidente executivo (CEO) da Pinto Lopes Viagens, Rui Pinto Lopes.

“Neste fim de ano, o Brasil continuou a ser, mais uma vez, um ‘top seller’ [mais vendido]. Contamos com três voos ‘charter’ para o Brasil que voltaram a encher. Infelizmente, não conseguimos viabilizar o quarto avião à partida de Portugal – que venderíamos -, pela falta de procura de brasileiros para o nosso país, o que foi uma pena”, explica Sónia Regateiro.

Neste operador, seguem-se Cabo Verde, que “continua a ser muito procurado” para a passagem de ano – “é um destino a quatro horas de Lisboa, ideal para famílias e que, nesta altura, continua a ter um clima ameno onde se consegue fazer praia” – e a Madeira.

“A Solférias este ano volta a contar com três voos ‘charter’ para o Funchal no ‘réveillon’, do Porto e de Lisboa, completamente cheios. Mais um sucesso”, diz a responsável.

O CEO da Pinto Lopes Viagens também confirma ter “vários grupos” em Marrocos, como habitualmente, explicando optarem mais por circuitos em vez de uma só cidade. “Vamos andar entre Marraquexe, Fez, deserto, Casablanca, Rabat”, afirma.

O que tem mudado é a preferência apenas por dois ou três destinos nacionais, que tradicionalmente se cingiam ao Funchal, Serra da Estrela e Algarve.

“Temos muita procura também por outros destinos em Portugal. Já falámos na Madeira como ilhas – ainda menos para os Açores, mas está a subir relativamente a anos anteriores -, depois no continente temos o Porto e até outros diversificados. Não nos esqueçamos que o destino que as agências mais vendem é Portugal”, refere o responsável da Bestravel, Ricardo Teles.

Os operadores e rede de agências apontaram ainda outras rotas, algumas esgotadas, para esta altura, que vão desde outros destinos na Europa, ao Médio Oriente, África e Ásia, entre os quais se encontram os “Bálticos, Islândia, Lapónia” ou “o circuito dos Emirados”, ao “Dubai e Catar” da Bestravel ou a “São Tomé e Príncipe, México e Cuba” na Solférias.

Além destas tendências, verifica-se ainda um padrão transversal de programações de fim de ano esgotadas em grupos organizados para rotas longínquas, que estão a despertar maior interesse entre os turistas portugueses, cada vez mais disponíveis para experiências longas e diferenciadas.

“O fim de ano está todo ele esgotado”, sublinha Rui Pinto Lopes, da Pinto Lopes Viagens, confirmando, depois, que lançaram novidades em Portugal e Espanha, do Alentejo, ao centro, “como Tomar”, ou em Espanha, “da Galiza a Toledo (…)”.

Confirmada por todos os operadores de agência de viagens foi a subida generalizada dos preços este ano, motivada pelos custos da aviação e pelos preços da hotelaria, com a elevada procura a ter também impacto nos preços.