No Natal, sustentabilidade e poupança também podem ter lugar à mesa
O Natal é uma quadra marcada por tradições, um grande consumo e alguns exageros, que têm impacto ambiental. Mas um Natal mais sustentável é possível, com dicas simples que permitem poupar tanto o dinheiro, como o planeta.
Comecemos pela árvore. A árvore de Natal ocupa um espaço de grande destaque na decoração da época, mas é um elemento que gera muitas dúvidas na lista de compras dos consumidores: um pinheiro natural ou um de plástico, qual a melhor opção? Estudos revelam que ambas têm impacto no planeta e a escolha depende de algumas variáveis.
No caso de uma árvore natural, o processo de comercialização, desde o abate até ser vendida, consome energia, recursos e emite gases com efeito de estufa. Contudo, estes pinheiros naturais têm algumas vantagens. Segundo um estudo da associação ambientalista Zero, estas árvores “produzem ar puro durante a sua vida, servem como habitats de vida selvagem, ajudam a melhorar a qualidade da água, retardam a erosão e preservam os espaços verdes.” No final das festividades podem mesmo ser replantadas.
Já uma árvore artificial pode ter um impacto ambiental maior. Quando as árvores de plástico vão para o lixo, o processo de reciclagem é difícil e longo. Além disso, a sua produção contribui para o aquecimento global. Por isso, a Zero recomenda evitar a compra recorrente deste tipo de árvores e, caso seja a opção escolhida, que seja preservada durante um longo período de tempo.
“A árvore artificial terá de ser utilizada durante, pelo menos, sete Natais para que os impactos ambientais que tem a mais sejam compensados”, refere a Zero.
Ainda no que diz respeito à decoração, a aposta pode passar pelos trabalhos manuais: fazer enfeites em família pode ser uma uma boa forma de reaproveitar materiais, mas também de entreter os mais novos.
No que toca à iluminação, optar por lâmpadas com boa eficiência energética, tais como as LEDS ou solares, reduz os gastos de eletricidade.
Escolher as prendas (e poupar)
No momento de escolher as prendas para oferecer, a sustentabilidade também pode ser tida em conta: pode priorizar o comércio local, artesanal e os embrulhos alternativos. A Deco - Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor sugere "comprar postais solidários" e fazer "embrulhos com folhas de jornais, reciclando jornais antigos".
Por outro lado, a Deco recomenda que seja feito “um orçamento para a época natalícia", definindo o que se pode gastar nas compras e preparar uma lista de pessoas a quem se quer oferecer presentes.
Outra nota importante prende-se com o subsídio de Natal: a associação recomenda que este montante não seja gasto na totalidade nesta quadra. "Rentabilizar o décimo terceiro mês, no curto ou no longo prazo, destinando-o também à poupança, fazendo face ao aumento do custo de vida, imprevistos e assim acautelar o futuro" é um conselho a ter em conta.
Os exageros à mesa
O Natal também pode levar a exageros no que toca à comida e, consequentemente, ao desperdício alimentar. Mas há como contrariar esse problema. Uma das recomendações deixadas pela Deco é escolher "ementas equilibradas e menos dispendiosas", optando pela moderação no que toca à quantidades.
Outro dos truques é guardar “as sobras em recipientes adequados" para congelação, distribuindo-as pelos convidados.
"Quase toda a comida pode ser congelada desde o bolo-rei até ao bacalhau, passando pelo peru. O fundamental é mesmo acondicionar corretamente e congelar doses individuais de modo a que seja mais fácil reaquecer. Não esqueça de etiquetar e colocar a data de congelação", lembra a associação.