Governo aprova plano para país ter mais cereais "da casa" e fugir a crises
Para evitar riscos e reforçar a nossa segurança alimentar, o Governo aprovou a Estratégia +Cereais, que vai apoiar agricultores, aumentar a produção nacional e tornar o país menos vulnerável a crises externas.
O Governo aprovou esta quinta-feira, em Conselho de Ministros, a Estratégia+Cereais, um plano nacial que pretende aumentar a produção de cereais em Portugal e reduzir a forte dependência das importações.
Portugal tem um dos menores graus de aprovisionamento de cereais do mundo”, o que coloca o país numa situação vulnerável e em risco caso falhe o abastecimento internacional.
Na conferência de imprensa do Conselho de Ministros, António Leitão Amaro confirmou que o plano foi aprovado, “depois de o país ter tido no papel um conjunto de intenções e um plano que não teve nenhuma execução nos anos anteriores”.
Mas do que se trata isto na prática?
A estratégia pretende que Portugal deixe de depender quase totalmente de outros países para ter trigo, milho, cevada e outros cereais essenciais.
Atualmente, o país só produz entre 19% e 25% do que consome, segundo dados do plano divulgado pelo Governo a que o Conta Lá teve acesso.
Isso significa que três quartos do pão, das massas ou das rações animais dependem do exterior. Consequentemente, qualquer crise internacional pode pôr em causa preços ou abastecimento. “É um risco real para a nossa economia e para a nossa segurança alimentar”, sublinhou o ministro da Presidência.
A Estratégia+Cereais é válida até 2030 e têm três grandes objetivos: aumentar as áreas agrícolas dedicadas aos cereais, melhorar a produtividade e tornar o setor mais sustentável e resiliente.
O Governo, por sua vez, quer inverter a perda de terrenos agrícolas que abandonaram a produção de cereais nas últimas décadas, numa tentativa de recuperar a produção interna.
Marca portuguesa entre as medidas
Também constam diversas medidas no plano. Desde apoios financeiros e incentivos para agricultores que apostem na produção de cereais a vantagens fiscais e financiamento direto.
Está também prevista a criação de uma organização interprofissional que junte produtores, indústria e distribuição, para garantir preços justos e um mercado mais estável.
A inovação não fica de lado, sugerindo-se uma aposta na agricultura de precisão bem como a digitalização das explorações. É objetivo a criação de uma marca, a “Cereais de Portugal”, para valorizar a produção nacional.